quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

REVELANDO A FORÇA DOS FUNDAMENTALISTA AMBIENTAIS

Quando teve lugar em Lisboa a  belíssima EXPO 98 que requalificou uma parte da zona ribeirinha e acabou por dar lugar a uma excelente área habitacional, visitei um navio oceanográfico belga onde recolhi alguma informação sobre pesquisa de inertes no mar.
Trabalhava então  numa empresa que fazia dragagens de manutenção e tambem de primeiro estabelecimento . Nomeadamente  fazia a manutenção de algumas barras do País e que sem custos parao erário publico, ia prestando um serviço impotantissimo, podendo comercializar parte das areias assim obtidas.
Recordo que na altura se estimava que Portugal consumia mais de 50 milhões de metros cubicos de areia, muita retirada de forma clandestina de rios e pinhais.
Com as informações recolhidas no navio hidrográfico belga, consegui que o Ministério da Economia da Bélgica me organizasse uma visita àquele País para aprender o que pudesse, afim de preparar um Projeto aplicável a Portugal.
O que aconteceu.
Com os elementos recolhidos, assistindo a uma demonstração prática a bordo de uma draga no Mar do Norte e a uma apresentação num importante organismo, a Unidade de Modelo Matemático do Mar do Norte, mais imensa bibliografia de muitos países europeus e EUA, e outras visitas quer à Holanda quer ao Reino Unido, fui avançando com um tranalho que eu admitia do maior interesse para Portugal.
Tratava se de estudar as possiveis reservas de inertes no nosso Dominio Maritimo e que um dia pudessem vir a ser exploradas.
Estabelecidos alguns critérios técnicos de forma a limitar eventuais perturbações na Orla, foram convidadas a participar nos trabalhos maritimos a executar, entidades altamente credenciadas da Comunidade Universitária.
Em 2.000 foi entregue ao Ministério da Economia o requerimento solicitando a necessária autorização para se iniciarem os trabalhos.
Poupo o leitor aos pormenores mas só em 2.005 chegou o Depacho que abriu a porta para que em Novembro de 2.005 fosse celebrado entre o Estado Português e a Empresa que apresentou o dito requerimento,  um " Contrato atribuindo os direitos de prospeção e pesquisa de areias, cascalhos e outros agregados marinhos no leito e subsolo do mar territorial e plataforma continental qualificados como depósitos minerais." (sic)
Foram então iniciados os trabalhos de mar. Incluiam, biologia maritima, batimetria, sismica de reflexão, recolha e análise  de amostras, modelo matemático das zonas identificadas e tudo para lá dos 20 metros de profundidade, a designada linha de fecho cujo significado técnico explicarei mais tarde.
Termina aqui a primeira parte da novela. A parte mais importante e revoltante fica para o próximo texto...esperando ter provocado a vossa curiosidade. Tem politica no caso !!!

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

INEVITÁVEL !!

Claro que seria inevitável o desejo de escrever algumas linhas sobre os recentes acontecimentos de Paris.
As mortes e a manifestação.
Sobre as mortes, melhor dizendo sobre os violentos assassinatos, muito já se escreveu e falou e muitíssimo mais ainda aparecerá.
Não haverá palavras suficientes para condenar os autores de tal barbaridade, porem devemos parar para pensar sobre o que vai dentro da cabeça e das consciências de quem esteve disposto a matar e a morrer, em nome de uma Religião.
Os desenhos que causam tanto furor se por um lado revelam um humor caustico  e satírico, por outro lado e na minha opinião, atingem algumas vezes os naturais sentimentos dos seguidores do Islão, uma Religião que merece o respeito de todos tal como desejamos para o Catolicismo e outras.
Desnecessária e provocadoramente.
A liberdade que temos na Europa, tem limites éticos e isso parece andar esquecido. A liberdade exige bom senso, a liberdade exige boa educação, a liberdade exige compreensão, a liberdade não pode ofender gratuitamente, em suma, a liberdade pode ser castigada.
Uma gigantesca manifestação em Paris se tivesse só englobado apenas o povo anónimo tinha toda a justificação e representaria algo de extrema importância e vigor. No entanto quando juntou dezenas de políticos que afinal não se misturaram por naturais e compreensíveis razões de segurança, fiquei com a sensação de que o folclore estava presente !
Porque para muitos deles, haveria fortes razões para estarem com os olhos postos não em Paris mas nos seus países onde impera muito maior violência e onde naquele momento por ventura,
estariam a  ser assassinadas crianças e mulheres igualmente inocentes.
Tal como já escrevi em outro local, sou da opinião que com as Religiões todas as brincadeiras têm os limites que o bom senso e a boa educação cívica devem impor.
Mas uma vez mais, nada justifica a violência e os assassinatos.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

MOCIDADE PORTUGUESA E ANGOLA

                                                                        Resultado de imagem para foto bandeira mocidade portuguesa


Em tempos idos existiu uma organização para a juventude, designada por Mocidade Portuguesa e que tendo algum cariz politico, bastante criticável, tinha por outro lado um largo conjunto de actividades quer culturais quer desportivas que atraiam milhares de jovens.
E que após o seu encerramento por força da Revolução de 1974 que ali via apenas uma carga negativa por nada foi substituída.
Erro crasso sobretudo porque nada a substituiu com as mesmas capacidades dentro dos segmentos afastados de qualquer carga politica.
Havia desporto variado, tal como vela, remo, hipismo, voo de planador, vólei, ginástica, bem como acampamentos e tantas outras actividades culturais .
E foram milhares de jovens que usufruíram e beneficiaram, a custo zero e pese embora a voz de alguns ignorantes, a obrigatoriedade não esteve sempre presente. Eu tal testemunho.
Pois bem , esta introdução leva ao tema principal.
Em 1968, sem estar ligado à Mocidade Portuguesa , fui convidado a acompanhar numa viagem a Angola, como responsável, um grupo de dezanove jovens que tinham frequentado o um pequeno Curso de Estudos Ultramarinos e que assim recebiam um agradável prémio.
Logo aceitei com muito entusiasmo, era uma oportunidade imperdível.
A viagem até à bela Luanda bem como o regresso a Lisboa, foi feita  a bordo do paquete "Infante Dom Henrique". Era um excelente navio, com capacidade para 1.300 passageiros e que em anos recentes acabámos por perder após largos anos encostado e desprezado no Porto de Sines.


                                                       Resultado de imagem para foto do paquete infante dom henrique


Em Angola fomos muitíssimo bem recebidos e após uma curta estadia em Luanda viajámos de autocarro mais de 6.000 quilómetros até  bem ao Sul,   
Visitámos lindas cidades, Sá da Bandeira,  Nova Lisboa, Benguela, Porto Alexandre, designações de então.
E sempre em total e perfeita segurança e tranquilidade. Sem qualquer incidente, entendem o que pretendo dizer ? 
E quer acreditem quer não, assistimos a cenas de um portuguesismo fortíssimo em alguns lugares bem recônditos.
Reproduzo o que então foi escrito por mim no Jornal de Bordo, já na viagem de regresso:


"Assistia-se ao encerramento do III Curso de Dirigentes do Ensino Primário, todos naturais africanos. Cantaram  e declamaram de tudo desde o Minho ao algarve, desde a Madeira até África" .


Em suma, foi uma viagem inolvidável isto apesar das muitas saudades que ia tendo da Família que ficara em Lisboa.    Mas mereceu tal sacrifício.  
    
Certamente que na Angola dos dias de hoje  ainda haverá quem possa reconhecer o muito de bom que nós por lá deixámos pois nos tempos da guerra, de um lado e do outro, ninguém devia atirar a primeira pedra !!                                                  

sábado, 3 de janeiro de 2015

O REMÉDIO 44

Era uma vez....bom não comecem a criticar pois era sempre assim que começavam as histórias que nos contavam quando ainda criança !
Mas a história do meu personagem  é deliciosa. assustadora também porque por cima de um muro nasce um nariz gigantesco que quase tapa o Sol de Inverno aos habitantes daquela linda cidade.
O Pinóquio, porque é mesmo dele que estou escrevendo, nada de enganos, protegido pelo seu velho e rancoroso senhor que lhe gaba as ousadias e lhe exige silêncios sobre as travessuras que agora precisa de  apagar do passado, vive rogando pragas e gritando inocência.
E ainda por cima está convencido de que engana todos os que habitam no seu pequeno País.
O Pinóquio feroz andou por fora, viveu de milionários empréstimos que um dia jura pagar, acredita que consegue esconder o pelado rabinho , trama vinganças e aspira a um lugar nos braços do séquito que viveu das suas obras megalómanas.
Mas escorregou e tombou de forma bem estrondosa. Grita de dor mas por incrível que pareça, o seu disforme nariz, cresce, cresce sem parar!
Pois nem o remédio 44 consegue evitar tal doença , comprovadamente incurável.
Esta minha historieta ainda não termina aqui, o final aguarda melhores dias....