Quando teve lugar em Lisboa a belíssima EXPO 98 que requalificou uma parte da zona ribeirinha e acabou por dar lugar a uma excelente área habitacional, visitei um navio oceanográfico belga onde recolhi alguma informação sobre pesquisa de inertes no mar.
Trabalhava então numa empresa que fazia dragagens de manutenção e tambem de primeiro estabelecimento . Nomeadamente fazia a manutenção de algumas barras do País e que sem custos parao erário publico, ia prestando um serviço impotantissimo, podendo comercializar parte das areias assim obtidas.
Recordo que na altura se estimava que Portugal consumia mais de 50 milhões de metros cubicos de areia, muita retirada de forma clandestina de rios e pinhais.
Com as informações recolhidas no navio hidrográfico belga, consegui que o Ministério da Economia da Bélgica me organizasse uma visita àquele País para aprender o que pudesse, afim de preparar um Projeto aplicável a Portugal.
O que aconteceu.
Com os elementos recolhidos, assistindo a uma demonstração prática a bordo de uma draga no Mar do Norte e a uma apresentação num importante organismo, a Unidade de Modelo Matemático do Mar do Norte, mais imensa bibliografia de muitos países europeus e EUA, e outras visitas quer à Holanda quer ao Reino Unido, fui avançando com um tranalho que eu admitia do maior interesse para Portugal.
Tratava se de estudar as possiveis reservas de inertes no nosso Dominio Maritimo e que um dia pudessem vir a ser exploradas.
Estabelecidos alguns critérios técnicos de forma a limitar eventuais perturbações na Orla, foram convidadas a participar nos trabalhos maritimos a executar, entidades altamente credenciadas da Comunidade Universitária.
Em 2.000 foi entregue ao Ministério da Economia o requerimento solicitando a necessária autorização para se iniciarem os trabalhos.
Poupo o leitor aos pormenores mas só em 2.005 chegou o Depacho que abriu a porta para que em Novembro de 2.005 fosse celebrado entre o Estado Português e a Empresa que apresentou o dito requerimento, um " Contrato atribuindo os direitos de prospeção e pesquisa de areias, cascalhos e outros agregados marinhos no leito e subsolo do mar territorial e plataforma continental qualificados como depósitos minerais." (sic)
Foram então iniciados os trabalhos de mar. Incluiam, biologia maritima, batimetria, sismica de reflexão, recolha e análise de amostras, modelo matemático das zonas identificadas e tudo para lá dos 20 metros de profundidade, a designada linha de fecho cujo significado técnico explicarei mais tarde.
Termina aqui a primeira parte da novela. A parte mais importante e revoltante fica para o próximo texto...esperando ter provocado a vossa curiosidade. Tem politica no caso !!!
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