quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

MOCIDADE PORTUGUESA E ANGOLA

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Em tempos idos existiu uma organização para a juventude, designada por Mocidade Portuguesa e que tendo algum cariz politico, bastante criticável, tinha por outro lado um largo conjunto de actividades quer culturais quer desportivas que atraiam milhares de jovens.
E que após o seu encerramento por força da Revolução de 1974 que ali via apenas uma carga negativa por nada foi substituída.
Erro crasso sobretudo porque nada a substituiu com as mesmas capacidades dentro dos segmentos afastados de qualquer carga politica.
Havia desporto variado, tal como vela, remo, hipismo, voo de planador, vólei, ginástica, bem como acampamentos e tantas outras actividades culturais .
E foram milhares de jovens que usufruíram e beneficiaram, a custo zero e pese embora a voz de alguns ignorantes, a obrigatoriedade não esteve sempre presente. Eu tal testemunho.
Pois bem , esta introdução leva ao tema principal.
Em 1968, sem estar ligado à Mocidade Portuguesa , fui convidado a acompanhar numa viagem a Angola, como responsável, um grupo de dezanove jovens que tinham frequentado o um pequeno Curso de Estudos Ultramarinos e que assim recebiam um agradável prémio.
Logo aceitei com muito entusiasmo, era uma oportunidade imperdível.
A viagem até à bela Luanda bem como o regresso a Lisboa, foi feita  a bordo do paquete "Infante Dom Henrique". Era um excelente navio, com capacidade para 1.300 passageiros e que em anos recentes acabámos por perder após largos anos encostado e desprezado no Porto de Sines.


                                                       Resultado de imagem para foto do paquete infante dom henrique


Em Angola fomos muitíssimo bem recebidos e após uma curta estadia em Luanda viajámos de autocarro mais de 6.000 quilómetros até  bem ao Sul,   
Visitámos lindas cidades, Sá da Bandeira,  Nova Lisboa, Benguela, Porto Alexandre, designações de então.
E sempre em total e perfeita segurança e tranquilidade. Sem qualquer incidente, entendem o que pretendo dizer ? 
E quer acreditem quer não, assistimos a cenas de um portuguesismo fortíssimo em alguns lugares bem recônditos.
Reproduzo o que então foi escrito por mim no Jornal de Bordo, já na viagem de regresso:


"Assistia-se ao encerramento do III Curso de Dirigentes do Ensino Primário, todos naturais africanos. Cantaram  e declamaram de tudo desde o Minho ao algarve, desde a Madeira até África" .


Em suma, foi uma viagem inolvidável isto apesar das muitas saudades que ia tendo da Família que ficara em Lisboa.    Mas mereceu tal sacrifício.  
    
Certamente que na Angola dos dias de hoje  ainda haverá quem possa reconhecer o muito de bom que nós por lá deixámos pois nos tempos da guerra, de um lado e do outro, ninguém devia atirar a primeira pedra !!                                                  

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