domingo, 12 de outubro de 2014

NO ESPAÇO


 2014  ODISSEIA NO ESPAÇO



A acoplagem, após uma demorada e cuidada aproximação  e com o reequilíbrio das pressões internas finalizadas, as escotilhas foram abertas para grande alegria das duas tripulações.

                                                                          Resultado de imagem para foto estação orbital       

Havia mais de dois anos que a estação onde eu me encontrava não recebia nem visitas técnicas nem rendições.

A exploração cientifica do espaço intergalático já levava mais de um século e os tempos das alunagens perdia-se no mar das minhas memórias que de vez em quando acudiam para me proporcionar um estranho sentimento, enriquecido pela superioridade técnica que muitos anos de luta haviam proporcionado ao meu pequeno País, governado com superior mestria, equilíbrio e bom senso , um desenvolvimento inacreditável e ultrapassando crises mundiais e também pequenas crises nacionais.

Abraços prolongados uniram as nossas tripulações

A viagem daquela nave até nós, demorara as habituais duas semanas e decorrera sem incidentes apesar de viajar a velocidades inacreditáveis. Trazia a renovação dos alimentos, ferramentas inovadoras e material de substituição para dois dos nossos painéis solares que tinham sido danificados pelo choque com pequenos detritos resultantes da desintegração de satélites em fim de vida.

As primeiras horas foram de convívio e alegre cavaqueira mas não nos traziam novidades pois o nosso sistema de comunicações era fabuloso e assim acompanhávamos segundo  a segundo quer a nossa Família quer a vida no planeta Terra.

Reportávamos diariamente os avanços conseguidos nas investigações científicas, objecto da nossa prolongada estadia em mundos nunca antes navegados.

A  tripulação que me acompanhava era mista, minimizando os efeitos do isolamento e o certo é que me apaixonei, situação impossível de esconder pois no centro de controle a vida na estação era permanentemente monitorizada, um incómodo que não podíamos evitar , digamos que era inevitável.

Era um amor aconchegante no meio da confusão e da pouca privacidade que tínhamos à disposição. Sentia-me feliz, leve, tranquilo quase embalado.
Resultado de imagem para foto de camas

E de repente caí no chão, tombei da minha fofa cama. O despertador, aquele malfadado, roubou a minha felicidade e lembrou-me os quilómetros de filas na Segunda Circular que teria de percorrer.

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