2014 ODISSEIA NO ESPAÇO
A acoplagem,
após uma demorada e cuidada aproximação e com o reequilíbrio das pressões internas
finalizadas, as escotilhas foram abertas para grande alegria das duas
tripulações.
Havia mais
de dois anos que a estação onde eu me encontrava não recebia nem visitas
técnicas nem rendições.
A exploração
cientifica do espaço intergalático já levava mais de um século e os tempos das
alunagens perdia-se no mar das minhas memórias que de vez em quando acudiam
para me proporcionar um estranho sentimento, enriquecido pela superioridade
técnica que muitos anos de luta haviam proporcionado ao meu pequeno País,
governado com superior mestria, equilíbrio e bom senso , um desenvolvimento
inacreditável e ultrapassando crises mundiais e também pequenas crises
nacionais.
Abraços
prolongados uniram as nossas tripulações
A viagem
daquela nave até nós, demorara as habituais duas semanas e decorrera sem
incidentes apesar de viajar a velocidades inacreditáveis. Trazia a renovação
dos alimentos, ferramentas inovadoras e material de substituição para dois dos
nossos painéis solares que tinham sido danificados pelo choque com pequenos
detritos resultantes da desintegração de satélites em fim de vida.
As primeiras
horas foram de convívio e alegre cavaqueira mas não nos traziam novidades pois
o nosso sistema de comunicações era fabuloso e assim acompanhávamos
segundo a segundo quer a nossa Família
quer a vida no planeta Terra.
Reportávamos
diariamente os avanços conseguidos nas investigações científicas, objecto da nossa
prolongada estadia em mundos nunca antes navegados.
A tripulação que me acompanhava era mista,
minimizando os efeitos do isolamento e o certo é que me apaixonei, situação
impossível de esconder pois no centro de controle a vida na estação era
permanentemente monitorizada, um incómodo que não podíamos evitar , digamos que
era inevitável.
Era um amor
aconchegante no meio da confusão e da pouca privacidade que tínhamos à
disposição. Sentia-me feliz, leve, tranquilo quase embalado.
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