MARQUÊS DE SOVERAL
Passei os dias mais
recentes usufruindo de um curto período de férias, antecedendo a Páscoa, uma
época que como em outras ocasiões festivas parece trazer dentro de todos nós um
apelo à calma e à bondade dos nossos corações.
Estive lendo um
interessante livro sobre a vida de Luiz Pinto de Soveral, Marquês de Soveral,
homem que em Inglaterra onde passou largas temporadas, criou fama como pessoa
de bom humor, namoradeiro incessante e
grande diplomata sendo então aceite de bom grado pela monarquia reinante também
em Portugal
A época ali retratada
com bastantes pormenores por Paulo Lowndes Marques, levou-me aos finais do
século XIX e confesso que me encantou sobretudo o realismo sobre o ambiente politico então vivido em Portugal,
até ao triste momento do Regicídio e
tudo o que seguiu. Afinal os antecedentes da implantação da Republica e mais
tarde do surgimento de Salazar na vida politica nacional.
Em nota de roda pé o
conhecido Autor chama a nossa atenção para o que Eça de Queiroz escreveu em “O
Distrito de Évora” no ano de 1867: ” Ordinariamente todos os ministros são
inteligentes, escrevem bem, discursam com cortesia e pura dicção, vão a
faustosa inaugurações e são excelentes convivas. Porém são nulos a resolver
crises (…) “.
Ora acontece que na
minha concentração sobre a leitura que me ia cativando parecia que me sentia
nos tempos de agora, salvaguardada uma distancia quase incomensurável entre a
cultura de então e a rasteirice que presentemente impera na politica e na
politiquice que nos rodeia.
Todos os regimes
apresentam grandes debilidades, sejam monarquias sejam republicas e entre uma e
outra o anónimo Povo está sempre na mó de baixo, apertado à exaustão pelos
erros dos governantes e por isso recordo ao leitor que na Páscoa, embora com
sentido esforço, vou tentar perdoar uma pequenina percentagem dos erros
clamorosos que nos levaram á penúria e aos sacrifícios que agora enfrentamos
quase sem forças.
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