sexta-feira, 3 de outubro de 2014

OUTROS TEMPOS; O MESMO TEMPO

Hoje aqui fica reproduzido outro dos meus "escritos" que já viram a luz do dia há algum tempo mas que mantem uma enorme atualidade !




                                                             MARQUÊS DE SOVERAL


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Passei os dias mais recentes usufruindo de um curto período de férias, antecedendo a Páscoa, uma época que como em outras ocasiões festivas parece trazer dentro de todos nós um apelo à calma e à bondade dos nossos corações.

Estive lendo um interessante livro sobre a vida de Luiz Pinto de Soveral, Marquês de Soveral, homem que em Inglaterra onde passou largas temporadas, criou fama como pessoa de bom humor, namoradeiro incessante  e grande diplomata sendo então aceite de bom grado pela monarquia reinante também em Portugal

A época ali retratada com bastantes pormenores por Paulo Lowndes Marques, levou-me aos finais do século XIX e confesso que me encantou sobretudo o realismo sobre o  ambiente politico então vivido em Portugal, até ao triste momento do Regicídio  e tudo o que seguiu. Afinal os antecedentes da implantação da Republica e mais tarde do surgimento de Salazar na vida politica nacional.

Em nota de roda pé o conhecido Autor chama a nossa atenção para o que Eça de Queiroz escreveu em “O Distrito de Évora” no ano de 1867: ” Ordinariamente todos os ministros são inteligentes, escrevem bem, discursam com cortesia e pura dicção, vão a faustosa inaugurações e são excelentes convivas. Porém são nulos a resolver crises (…) “.
                                                                                     Resultado de imagem para foto eça de queiroz 


Ora acontece que na minha concentração sobre a leitura que me ia cativando parecia que me sentia nos tempos de agora, salvaguardada uma distancia quase incomensurável entre a cultura de então e a rasteirice que presentemente impera na politica e na politiquice que nos rodeia.

Todos os regimes apresentam grandes debilidades, sejam monarquias sejam republicas e entre uma e outra o anónimo Povo está sempre na mó de baixo, apertado à exaustão pelos erros dos governantes e por isso recordo ao leitor que na Páscoa, embora com sentido esforço, vou tentar perdoar uma pequenina percentagem dos erros clamorosos que nos levaram á penúria e aos sacrifícios que agora enfrentamos quase sem forças.


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