sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Jorge Amado

Voltemos à minha viagem ao interior do Estado da Baía.
No dia seguinte ao meu "não" banho no rio, havia que visitar três fazendas, daquelas cuja dimensão foge àquilo que por cá conhecemos.
E foi então que me recordei dos romances de Jorge Amado ! Os coronéis existem ainda e mandam mesmo.
Na primeira visita, o coronel, grande  revólver á cintura, levou me a admirar uma belíssima cachoeira vista do alto. Espreitando para baixo logo concluiu, hoje não tem lá nenhum presunto !Presunto coronel? É patricio quando alguém é assassinado jogamos lá em baixo.
 Fiquei elucidado e achei melhor não fazer mais perguntas !
Na segunda fazenda , seu proprietário, o coronel Vicente não usava pistola, pelo menos não mostrava. Nos seus quase 80 anos , corpo seco , bem humorado, vivia com uma espanhola que talvez tivesse metade da sua idade. Fomos ver o seu rebanho, cabeças de gado a perder de vista. Lá chegados, eu  havia deixado aberta a janela do meu carro e fiquei preocupado com possível roubo. O negrão pastor olhou para mim e logo sentenciou, carro onde coroné Vicente senta, ninguém chega perto. Fiquei elucidado e achei melhor não fazer mais observações.
Na terceira fazenda, o velho proprietário estava fechado no quarto, numa estranha obscuridade para onde fui convidado a entrar pela esposa. Permanecia sentado num sofá com a perna direta coberta por um lençol que em tempos teria sido branco. O cheiro era nauseabundo . Então coronel o que tem na perna? Um feridinha mas estou cuidando, todos os dias vou colocando teias de aranha !!!
 Gangrena, claro.
Fiquei elucidado e procurei logo uma retirada em passo acelerado.
Mas sempre recordando Jorge Amado !!!
Palavras do Doutor Mocho

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